35.PSIC.SOCIAL

35.PSICOLOGIA SOCIAL: MODOS DE RELAÇÃO SOCIAL

 

 

OSNY MATTANÓ JÚNIOR

 

 

 

 

 

 

 

 

P S I C O L O G I A     S O C I A L

 

 

Análise de Grupos

Modos de relação social

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

22-07-2011

 

 

 

 

 

            Ao estudar Psicologia Social necessariamente investigamos a interação social e seus produtos, ou mesmo, as conseqüências que se estampam em nós e ao nosso redor (nos outros), seja ele humano, animal, vegetal ou mineral, ou mesmo, natural, artificial, biológico, psicológico, sociológico, filosófico ou espiritual, o homem apropria-se e é apropriado, transforma e é transformado, domina e é dominado, por exemplo: o dinheiro, o homem o criou para apropriar-se, transformar e dominar, mas acabou apropriado, transformado e dominado por ele (somos escravos do dinheiro). Isto o caracteriza singularmente frente ao não-humano.

            Também foi instaurada a linguagem pela necessidade de transformar a natureza e viver em grupo. A linguagem levou a reprodução, ao aprimoramento, à modificação e à criação de atitudes consigo, com o outro humano e com o não-humano, gerando consciências (o que pensamos) e identidades (o que acreditamos ser).

            Desta forma o humano  pode se encontrar em muitas formas como na série, na fusão, na organização, na instituição, na burocracia e no poder, características peculiares de grupos.

            A série caracteriza-se  por uma forma de coletividade dotada de indiferença, onde há dispersão, onde há indivíduos numa fila de espera para a inscrição do concurso vestibular. Esses indivíduos, ou alguns deles, os que posteriormente foram aprovados no vestibular e ingressaram no curso desejado participarão, agora, do grupo em fusão, que se dá pela fusão da serialidade. Neste grupo não há intermediação, a ação é emitida de cada um para todos, o líder é nenhum ou mesmo, todos, o poder está difuso, disseminado, sem ponto de concentração, sem hegemonia, sem hierarquia, há pura liberdade traduzida em ação coletiva, portanto a unidade do grupo é prática e não ontológica, cada um é soberano (Lapassade, s/d).

            Esses indivíduos acabam eliminando o risco de voltar à dispersão, marcando a permanência pelo juramento. Por meio deste os indivíduos tornam-se comuns, reflexivos e põem-se como grupo, onde o poder é de cada um sobre todos e de todos sobre cada um, sendo atravessados pelo constrangimento e pela violência. O juramento é como um cerimonial onde a ordem grupal marca o indivíduo, é o nascimento de uma ¨civilização¨ (Lapassade, s/d).

            Forma-se então, o grupo organizado, onde o poder é definido para cada indivíduo pela distribuição de tarefas, assim há funções que são ações parciais, marcando, portanto o equilíbrio entre a liberdade e a inércia (que se caracteriza pela ação em função da ordem do grupo), deste modo os indivíduos deste grupo aprovado no vestibular e que agora constituem uma turma, uma classe, têm funções somadas, ou seja, no seu conjunto correspondem à estrutura. Mas se houver indeterminações relativas às funções podem emergir conflitos que exigiriam remanejamento, como numa atividade prática, como em uma apresentação de seminário, ou até mesmo teórica, como na construção de um texto. Ambas tarefas exigem distribuição de atividades, de funções entre indivíduos para consecução da tarefa. Sem planejamento haveria confusão, indecisão, autoritarismo, conflito e tensão, faz-se necessário destacar que a atribuição de funções se faz mediante a liberdade individual e a função da ordem grupal, isto é inércia (Lapassade, s/d).

            A estrutura é uma forma silenciosa em que o grupo vai se conhecendo, tomando consciência de si, ou seja, se materializando enquanto forma de compreensão (Lapassade, s/d).

            Nas relações fundamentais do grupo também há a ditadura do terror, especificando uma maneira de integração-terror, marcada pela não aceitação de traidores, dos opositores, relação esta gerada e que gera defesa contra o terror pelo terror (Lapassade, s/d).

            Um fator determinante que leva à instituição é a impotência, a domesticação do homem pelo homem através do papel social, uma impossibilidade de se regular, gerando a necessidade de autonomia, da existência do soberano, do poder instituído de acordo com o papel social na hierarquia, na hegemonia pela legitimidade, que pela força estabelece relações de consenso, vigilância, obediência, submissão e colaboração, pois o soberano massifica com seu poder de simultaneidade, de último mediador (Lapassade, s/d).

            É a parir da instituição onde a soberania encarna-se, fazendo com que o grupo homogeneíze-se, ou mesmo, perca vida pois não há como competir com o poder institucionalizado, que se fundamenta na burocracia, a ausência de sentido grupal pelo acentuamento da indiferença entre os indivíduos.

            Podemos agora partir com apoio de outros exemplos para a análise das instituições totais, responsáveis pela destruição da identidade do indivíduo, como por exemplo, os manicômios, prisões e conventos.

            Em tais instituições encontramos indivíduos que perderam e perdem um sentido pessoal e a consciência da posse de um eu, de aspectos e características de uma vida, já que nessas instituições totais não só aprendem a não mais diferenciarem-se do outro, como também são arrancados, sugados de suas diferenças em relação ao outro, pois lhe são impostos e postos uniformes, cortes de cabelo, e até mesmo uma maneira de se comunicarem. Assim são colocados numa constante uniformidade, numa constante retirada de elementos de comparação para que não permitam ao indivíduo se destacar. Por conseguinte ser um eu e na uns eus. Sendo, esta, portanto, a característica fundamental das instituições totais (Erving, 1974).

            Para que façamos uma análise das instituições totais torna-se necessário considerar que os próprios indivíduos são uma instituição, que são atravessados por processos coletivos, e que se constituem como grupo quando algo atravessa a coletividade e os põem em ação comum. E que a instituição pode ser entendida como forma que produz e reproduz as relações sociais, ou mesmo, forma geral das relações da sociedade, das produções e atividades que se instrumentam em estabelecimentos e/ou dispositivos (Saidon & Kamkhagi, 1987).

            Com isto o analista institucional deve se misturar e se embrenhar à instituição e reconhecer nela outras instituições, deve descortinar a dialética instituinte-instituído, fazer a análise das implicações por meio do diagnóstico e desse jeito explorar e reconhecer toda uma rede de vínculos, que não se restringem apenas aos do interior da instituição, então, considerando-se também as implicações de suas múltiplas segmentações, como religiosas, sexuais, econômicas, políticas, etc. (Saidon & Kamkhagi, 1987).

            Após a leitura das implicações o analista institucional terá os analisadores que tem por objetivo evidenciar a presença do poder desnudo, sem máscaras ou maquiagens, algo que ao se revelar, ao acontecer expõe uma história, e desta emersão dá-se o processo de conscientização, de visualização e contato com idéias, imagens, informações e relações que não eram observáveis, perceptíveis e capazes de suscitarem mal-estar e reação, tanto no sentido de compreensão e acomodação como de atendimento e reivindicação, numa atividade ativa e não passiva sobre o mundo, sobre si, sobre os grupos, e sobre as instituições. Isto, pois, para o analista institucional somente o conflito e o movimento são absolutos, ou seja, estão presentes em todos os contextos (Saidon & Kamkhagi, 1987).

            Pode-se dizer que as instituições na cotidianeidade tem por função o controle social, pois mantêm e reproduzem, até mesmo as representações sociais que implicam, também, na reprodução da linguagem, ou seja, ao reproduzirem modos de relação social  por uma tipificação de ações habituais, por um conjunto de normas que regem a padronização de determinadas características comportamentais na sociedade, tendo por fim manter o social, a relação grupal, a civilização e a sua própria reprodução (Bock; Furtado; Teixeira, 1993).

            Quanto ao controle social pode-se entendê-lo por meio da compreensão das relações de poder que se configuram através dos tempos.

            Diz Freud que nos primórdios o homem vivia em bando onde destacava-se, em princípio, uma figura de poder central, pois as relações eram calcadas na agressividade, sendo esta, portanto, constitutiva do ser humano. O bando era composto pelo pai, pelos filhos e por um conjunto de mulheres, até que houve a primeira conspiração, marcada pela rebelia dos filhos contra o pai, que acabara morto, já que os filhos uniram-se por causa da força do pai e também pela negação do mesmo, mas agora sem a figura de poder, os filhos podem se matar. Então reconstituem-se através do mito do pai morto, que para sobre suas cabeças e é capaz de punir. Surge dessa forma a figura do sacerdote, o interlocutor pela luta do poder (Freud, 1987).

            Nesse processo de elaboração religiosa ocorreu primeiramente a endeusificação com o propósito de se aproximar da natureza, considerando serem deuses o Sol, a lua, a raio, o trovão, etc.. Surge, então, a tentativa de comunicação do homem para com a natureza, no sentido de vir a controlá-la, dominá-la, e domesticá-la, visto que ela própria tem elementos que conspiravam contra as relações de força entre os homens, que também se davam entre grupos distintos, onde confrontavam-se e normalmente apenas um sobrevivia. A religião teria por fim, desta maneira, um controle sobre a natureza e a regulagem das relações entre os homens por intermédio do sacerdote, que reproduzia e transformava criando normas que encobrissem a dor do ato dos filhos para com o pai (Freud, 1987).

            Assim o grupo não desapareceria e por conseqüência, o homem, já que a vida em sociedade é mais fácil, seja para a busca e produção de alimentos ou seja para a segurança. Encontramos aqui Eros e Ananke (Amor e Necessidade). O amor plenamente sensual ou genital conduzindo à formação de novas famílias, enquanto que o amor inibido em sua finalidade, a amizades (Freud, 1987).

            Então combinam-se indivíduos humanos isolados, depois famílias, depois raças, povos e nações, até a grande unidade da humanidade (Freud, 1987).

            As figuras de divindade garantem a moral, a ordem e o controle social, sendo elas, as mais diversas na história da humanidade, mas sempre com a mesma função. Surgiram termos como Destino e Karma, e divindades como o deus Sol, Rá, a lua, Vênus, Mercúrio, Zeus, Nut, Damu, Inanna, o Feiticeiro de Trois Fréres, Buda, Krsna,, Deméter, Hades, Marte, Netuno, Exu, Odin, Viracocha, Eros, Visnu, Brahma, Siva, e muitos outros, e então se revelaram: Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo (Freud, 1987) (Campbell, 1990) (Campbell, 1992) (Campbell, 1993) (Oken, 1988) (Mahãbhãrata, 1986) (Bíblia, 1989).

            A moral nascente das relações de força que através dos séculos transfigura-se em relações de poder leva-nos a ver que a violência foi abafada e também mascarada, ou mesmo, transfigurada tomando formas e caminhos diversos, pois há um quadro conflituoso entre a vida em sociedade e a nossa carga instintiva, um potencial agressivo e desagregador.

            O que o homem fez com a sua agressividade? Vimos que nos primórdios os filhos tiraram a vida e o poder do pai, dando assim o primeiro passo para domesticar a sua agressividade por meio de um segmento específico, restando, o amor para com os de seu grupo, pois podiam destinar a agressividade para fora. Portanto, podemos falar do endogrupo e do exogrupo. No primeiro há proteção do eu e daqueles que se inserem neste grupo, no segundo a agressividade é destinada em seus mais diversos graus, em diferentes intensidade e formas, para o estabelecimento da dominação social, numa tentativa de adaptação, de obter recursos, de maximizar sua capacidade reprodutiva, de defender a si, seu território e seus recursos, como também de conquistá-los e tomá-los do outro, estabelecendo assim uma luta que da física transfigurou-se para muitas outras, como a psíquica, onde compreende-se a emocional, a sentimental e a intelectual, a luta cinestésica e proxêmica (a luta de e entre sinais), a luta invisível do não perceptível e do perceptível, da linguagem, do bullying sexual, moral, físico e mental, do inconsciente e do consciente (Freud, 1987) (Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, 1996) (Hall, 1989) (Weil, 1976) (Júnior, 2010).

            Desta forma a agressividade, a luta, está presente desde os primórdios e nas mais diversas atividades, como na caça, na coleta, na agricultura, na colonização e expansão territorial, cultural, política, econômica, tecnológica, técnica e religiosa, na informação, na fofoca, no etnocentrismo onde há dificuldade de pensar na diferença com sentimentos de estranheza, medo e hostilidade, na ideologia, nos rituais de iniciação e da passagem, na construção das cidades, nos heróis que enfrentam as forças do mal, no mito do herói, nas ciências, na hierarquia dos saberes, na argumentação, na socialização do recém-nascido, como na do índio, do pobre, do louco, na exclusão do mesmo índio, do pobre, do louco, do presidiário, do vagabundo, do alienado e do aidético, na família, na escola, nas relações com o idoso, nos meios de comunicação massivos que tem por fim manipular através da mensagem unidirecional, na opinião pública, na higienização social que suscita reações de divisão, exclusão e purificação, na marginalização, no bulliyng, na violência urbana, na violência sexual, na violência afetiva, na violência moral, na violência psicológica, na violência contra a mulher e contra a família, na violência política, no capital, nas relações de trabalho com seus mecanismos de seleção, vigilância, coerção, hegemonia, legitimidade, obediência, submissão, consenso, justiça, eqüidade e colaboração, nas práticas esportivas onde os esportistas e suas respectivas torcidas confrontam-se, em Arenas do passado que no presente persistem simbolicamente onde leões devoram excluídos, pelo Estado e pela moral introjetada (superego) ou não. Pelo superego a sansão se dá já pela intenção e não apenas pelo ato, tendo assim um papel de juiz ou de censor ao ego, desempenhando funções na consciência moral, na auto-observação e na formação de ideais como a flexibilização da Justiça e do Poder (Freud, 1987) (Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, 1996) (Atlas da História do Mundo, 1995) (Foucault, 1993) (Bock; Furtado; Teixeira, 1993) (Laplanche & Pontalis, 1992) (Campbell, 1992) (Guareschi & Grisci, 1993) (Foucault, 1982) (Jung, 1994) (Vargas, 1992) (Koch, 1987) (Chauí, 1995) (Rocha, 1991) (Andrade, 1983) (Andrade, 1989) (Júnior, 2010).

Como se vê há muitos canais e meios de descarregar a agressividade em nosso meio, alguns aceitos socialmente, outros não e outros completamente desconhecidos da população, no sentido de serem inconscientes, relativos ao aparelho psíquico do indivíduo.

Já que nos atemos a questão do superego, à moral introjetada, podemos estudar

os múltiplos aspectos que deram forma à moral, sendo importante enfatizar que não nos ateremos à moral introjetada, ao superego.

Desta forma a moral, como diz Nietzshe, nasce de uma distinção afirmativa entre o nobre e o plebeu, sendo uma qualidade de julgamento que distingue o nobre e o plebeu. A moral do nobre, do conquistador incita à harmonia pela moral escravagista, enquanto a moral do plebeu prioriza a humildade, a simplicidade, a mansidão e a harmonia, ou seja, um pensamento não conquistador e não escravagista. Nietzsche cita como exemplo os romanos e os judeus, os primeiros os conquistaram pela força, pois sua moral calcava-se na do conquistador, mas por outro lado os judeus conquistaram-nos pela cultura e pela moral, por uma guerra subterrânea que teve por fim pô-los a seu serviço, a sua cultura, aos seus valores, aos seus objetivos, metas e fins, e o que temos hoje em termos de democracia deve-se a esse evento (Nietzshe, 1988).

A base da civilização está numa guerra sem armas concretas, está, pois, na luta de tornar o homem cada vez mais comum, de desapropriá-lo de sua capacidade afirmativa, de homogeinizá-lo na mediocridade, no tédio, no cansaço, no niilismo e no nada - na ¨moral do rebanho¨. Nietzshe aponta que nos tempos modernos a doença mortal é o niilismo, no reino do absurdo, do nada, da ausência de sentido, onde os ideais perdem o seu valor, é o desvelamento do nada, como fundamento escondido do nosso mundo, sendo, então, marcado o niilismo pela Morte de Deus, por ter nos abandonado e por termos o matado, negando, então, a crença em um absoluto, fundamento dos valores éticos, estéticos e sociais da tradição, o que representa o anúncio de uma nova aurora, pela vinda do Último homem, que é responsável pelo assujeitamento e por desfrutarmos de uma felicidade programada e mesquinha, revelando um sentimento de rancor e amargura experimentado pelos incapazes de criar positivamente e que engendram valores morais, de bem e de mal (Nietzshe, 1988) (Russ, 1994) (Japiassú & Marcondes, 1996).

Através da vontade própria manifesta-se e se revela a fraqueza da civilização, pois esta é homogeinização, é ausência de sentido e de criação, é a ¨moral do rebanho¨ que fundamenta a civilização.

Skinner aponta-nos em seu livro O Mito da Liberdade que a liberdade associa-se

à vontade própria, pois esta implica na volição de ser a favor, ¨neutro¨ ou contra algo. Porém se pensarmos sobre a vontade própria como sinônimo de liberdade, já que o sujeito é livre para exercer sua vontade, sua própria vontade, veremos que ambas entrelaçam-se e o quanto são aprendidas através do outro, seja na família, na escola, na religião, etc..

Portanto a liberdade pode ser considerada um mito, pois é aprendida e esta envolvida por uma rede de condicionamentos, de entrelaçamentos e condições que enredam, por manipulações de uma sociedade politizada, em meio a punições e programas de reforço que dão vida à vida em sociedade, à civilização e à humanidade (Skinner, 1973).

Dessa forma a liberdade a que temos direito é a ¨liberdade social¨, a democracia, advinda da história de reforçamentos e punições, proveniente do contato social e devolvida ao mesmo meio social, que se configura por mecanismos de controle, moral e poder.

Esta ¨liberdade social¨ que vai dando forma a ¨liberdade individual¨ é certamente a liberdade de poder ter acesso a bens de consumo e a repertórios comportamentais adaptativos, isto é, que não lhe tragam sofrimento e aos outros, que sejam aceitos socialmente como as Ciências e assim a Psicologia estudando a linguagem e através dela a produção do novo e da novidade, da liberdade e assim de lidar com significados, sentidos e conceitos, assim como os bens de consumo que evidenciam a liberdade individual de comprar o mesmo produto que outras pessoas também consomem, de ter a mesma religião e a futura libertação ou liberdade que outras pessoas tiveram e terão, de ter a mesma formação profissional e depois libertar-se nas pós-graduações, de ser dependente até os 20 anos de idade e libertar-se aos 21 anos, e na medida em que a liberdade tem como seu avesso o controle, vê-se que a controla, visto que aquilo que se nega te prende, pois um não existe sem o outro.

Assim Skinner destaca que a literatura da liberdade serve para enfraquecer e até destruir o poder dos indivíduos que vão contra a liberdade, entretanto na medida em que se prega a liberdade criam-se, paradoxalmente, sujeitos impotentes que não exercem sua influência, que não interferem ativamente no meio ambiente deixando de transformar e de serem transformados pelas conseqüências, ou seja, que se potencializem e se ampliem cognitivamente, espiritualmente, politicamente, economicamente, educativamente e tecnologicamente, desbravando horizontes, confundindo-se e até mesmo sobressaindo-se à sua época, exercendo, porquê não, a autonomia, no sentido de se projetar e estar projetando seu meio e sua época (Skinner, 1973) (Schwartzman, 1981).

Pode-se dizer, portanto, que a própria sociedade ampara e legitima mecanismos de fuga, esquiva e ataque, quando há condições adversas, possibilitando às Ciências e por conseqüência, aos cientistas um papel importante na luta pela liberdade, que segundo Skinner é favorecida pela herança genética, pela evolução (Skinner, 1973) (Schwartzman, 1981).

Nesta luta pela liberdade o repertório comportamental, que envolve cadeias comportamentais embasadas na aprendizagem por imitação, atenção, constrole instrucional e discriminação, possibilita a todo ser humano enfrentar condições adversas, a ponto de enfraquecer ou destruir seu poder (Skinner, 1973).

O Poder agora estudado já em parte é o Instituído ao Presidente da República onde através desse poder há o reencontro do sentido, da personalização pois pode criar estratégias e políticas dentre outras atribuições Constitucionais, porém ainda este poder serve ao controle social mas reveste-se de outro significado com sentido de liberdade e autonomia, e não mais de impotência; assim depois da burocracia vem o Poder Instituído cerceado porém com sentido de libertação e liberdade frente ao controle social e a despersonalização ou mesmice niilista, fundando um Niilismo Existencialista;

o Niilismo Existencialista segundo Osny Mattanó Júnior é o nada e o algo, é o Não-Universo Universal que vem do nada e se volta para o tudo. É a Matemática lugar no cérebro que antes não existia e hoje é uma das Inteligências, assim como o corpo, o território, a música, o espaço, a linguagem, o conhecimento sobre si, o conhecimento sobre os outros, a naturalisticidade, a espiritualidade e a afetividade (sentimentos e emoções). Nada existe, porém existe em função do hipercomplexificação cerebral e Evolução das Espécies, uma influencia a outra em sua Evolução, pois modela comportamentos e hábitos como os alimentares e de auto-preservação, há assim uma relação entre elas que se pertencem ao habitat natural, e por causa deste modo da Seleção Natural que escolhe os mais aptos para a manutenção das suas espécies, hoje temos a filogênese, a ontogênese e a cultura selecionados pela Evolução e Seleção Natural; onde o nada passa a ser preenchido por algo como a esperança e os ideais Republicanos que garantam aos indivíduos reagirem as adversidades ambientais. (Júnior, 2010).

Podemos ainda dizer que em nossos tempos de globalizacao vivemos o Multiculturalismo Desconstrutivista onde encontra-se a convergencia influente de [n] culturas gerando o desconstrutivismo, o caos constante causado pelas inteligencias, em especial da linguagem ou da linguistica que pode gerar o novo que e o processo de aquisicao do novo e da linguagem e linguas causando desordem e ausencia de significado, sentido e ou conceito, desconstruindo a Burocracia e a ausencia de sentido pela ausencia. Assim o Multiculturalismo Desconstrutivista tudo destroi e esta em constante desconstrucao atraves do caos, do novo e da linguagem. (Junior, 2011).

Conclui-se, desse modo, que ¨a luta do homem pela liberdade não se deve a vontade de ser livre, mas a certos processos de comportamento característicos do organismo humano, cujo principal efeito é evitar ou fugir dos aspectos ¨adversos¨ do ambiente¨ (Skinner, 1973, p.37), como por exemplo o poder, o controle social e a moral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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